Saturday, November 25, 2006

!O Retrato de Dorian Gray", de Oscar Wilde

Esta tarde, como qualquer outra tarde em que nada tinha para fazer comecei a pensar em todos os livros que li (ou quase todos porque há sempre algum que me escapa) e lembrei-me de um dos meus livros favoritos de sempre... "O Retrato de Dorian Gray", foi então que me apercebi, que tinha sem dúvida alguma que lhe dedicar um post no meu blog!
Num luxuoso atelier, onde Basil Hallward, um reconhecido pintor, e Lord Henry Wotton, um homem com um especial apreço pela ironia, conversam sobre um retrato. Lord Henry exige a Basil que exponha aquela que considera ser a sua obra-prima. O pintor recusa-se e diz que pôs no quadro demasiado de si mesmo. “Todo o retrato pintado com sentimento é um retrato do artista e não do modelo. ”Obcecado pela beleza dionisíaca do jovem Dorian Gray, que conhece numa festa da alta-sociedade londrina em casa de Lady Agatha, Basil Hallward faz dele seu modelo. Nas várias sessões em que Dorian pousa para Basil desenvolve-se entre os dois uma amizade que coloca o artista numa posição de extrema fragilidade. Basil está fascinado pelo perturbador Dorian que, por sua vez, se deixa envolver pelo olhar cínico e irónico de Lord Henry Wotton, o mesmo que define a beleza como uma forma de génio.
Confrontado com a beleza do seu retrato e a impossibilidade de a manter para sempre, Dorian promete a sua alma em troca da juventude eterna. Ao longo do romance, o quadro passa de retrato a duplo de Dorian, já que nele se inscrevem todas as marcas que o tempo e o comportamento deviam deixar no homem – é o retrato que envelhece, enquanto Dorian conserva os traços perfeitos que Basil inicialmente fixou.
“O Retrato de Dorian Gray” é uma obra em que Oscar Wilde confronta o leitor com a perfeição impossível, as convenções dispensáveis ou a mortalidade inevitável. Sempre com um tom provocador. “Toda a arte é inútil.”
E mais fica por contar... Porque vale mesmo a pena lê-lo!